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Quando a cadeira fica grande demais

 
 
 
 

É comum que, no início de um negócio, o empreendedor traga para perto de si pessoas de confiança — aquelas que, naquele momento, oferecem a segurança necessária para determinados aspectos da gestão. Esposa, mãe, cunhado, amigos próximos... Geralmente são essas as pessoas escolhidas para somar nas empresas que estão nascendo. Em muitos casos, elas acabam até compondo o quadro societário do negócio.

Também é comum, com o passar dos anos, surgir uma certa insatisfação com a performance dessas pessoas em suas funções. A esposa, por exemplo, que foi convidada a cuidar do financeiro, era uma excelente diretora financeira na fase inicial, quando, na prática, exercia uma função mais próxima da tesouraria. Com o crescimento da empresa, ela passa a não responder tecnicamente às demandas do cargo de diretora.

Vejo esse tipo de situação quase que diariamente na consultoria empresarial. Nesses casos, costumamos dizer que "a cadeira ficou grande demais para a pessoa". Ou seja, ela já não corresponde tecnicamente à proporção do cargo na estrutura atual da empresa.


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Não pretendo aqui propor soluções simplistas, como indicar que a empresa custeie uma pós-graduação na área, por exemplo. Afinal, existem camadas de subjetividade e histórias construídas ao longo dos anos. O que gostaria de pontuar é uma condição de saúde do relacionamento empresarial essencial para esse tipo de relação — e, a partir dela, uma possível iniciativa.

 

Franqueza entre os sócios salva mais do que a empresa.

 

A franqueza entre as partes deve ser profunda, para que ambas tenham clareza sobre a realidade da performance e das necessidades da empresa. Conversas difíceis e desconfortáveis precisarão acontecer. A partir disso, uma alternativa possível é a realocação dessa pessoa para uma função em que ela possa contribuir melhor no momento atual da empresa — sem que, necessariamente, precise sair da sociedade se for o caso.

Nem tudo é tão simples quanto parece nestas linhas. Temperamentos e personalidades podem transformar a situação em um verdadeiro furacão. Mas antes a franqueza, do que decisões silenciosas que culminam em relacionamentos inevitavelmente desgastados.

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Fonte: Luis Henrique dos Santos - CEO da PRO Consultoria & Gestão e engenheiro de produção

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