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IDPEC

Piauí e Teresina têm pontuação intermediária em índice de economia criativa; veja detalhes

Indicador da ESPM avalia o desempenho dos estados e capitais na economia criativa

 
 
O índice avalia os investimentos e a infraestrutura voltados para atividades criativas (Fotos: divulgação)

 O índice avalia os investimentos e a infraestrutura voltados para atividades criativas (Fotos: divulgação)

 
 

A  Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) divulgou recentemente o Índice de Desenvolvimento Potencial da Economia Criativa (IDPEC), que avalia o desempenho das capitais e dos estados brasileiros no que diz respeito ao desenvolvimento de negócios criativos. O Piauí e sua capital, Teresina, embora estejam em níveis considerados intermediários, ainda enfrentam desafios para alcançar um patamar mais competitivo.

O índice avalia o PIB do setor criativo, a geração empregos, os investimentos e a infraestrutura voltados para atividades criativas. Também considera o nível de inovação, o acesso a tecnologias e mercados criativos, além da educação e qualificação profissional na área. Pela metodologia do estudo, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento; quanto mais próximo de 0, menor o desenvolvimento.

Adicionalmente, foi utilizado o Quociente Locacional (QL), que analisa a concentração de atividades criativas em uma região. Se o QL for maior que 1, significa que a região é mais especializada no setor criativo do que a média nacional. Se for menor que 1, a concentração é baixa.


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Estado avançou em negócios criativos entre 2019 e 2023

No IDPEC 2023, o Piauí registrou 0.44, um avanço em relação aos 0.39 de 2019. Entre os estados do Norte e Nordeste, o Piauí superou locais como Ceará (0.41), Rio Grande do Norte (0.41), Amapá (0.36), Maranhão (0.30) e Bahia (0.29).

       Pontuação do Piauí no IDPEC

 

IDPEC: quanto mais escuro, maior o índice de economia criativa nos estados

Já Teresina alcançou um índice de 0.50, bem acima dos 0.32 registrados em 2019. A capital superou cidades como Belém (0.48), Fortaleza (0.46) e Salvador (0.36).

O Quociente Locacional (QL) também teve evolução no Piauí, passando de 0,52 em 2019 para 0.57 em 2023. Em Teresina, o QL permaneceu estável em 0.67, o que evidencia  uma maior concentração relativa de atividades criativas na capital.

 

Desempenho de Teresina no índice


Veja a seguir as áreas que precisam avançar para impulsionar uma economia mais criativa:

Acesso ao ensino superior precisa de atenção

Nos últimos anos, o Piauí obteve avanços na educação básica, saltando de 0.43 para 0.71 no índice de qualidade entre 2019 e 2023. No entanto, o acesso ao ensino superior continua limitado, com um índice estacionado em 0.14. 

Em comparação com outros estados do Norte e Nordeste, o Piauí se destaca. Por exemplo, Alagoas e Maranhão obtiveram resultados mais baixos: o índice de ensino superior de Alagoas é de 0.04, enquanto Maranhão registrou 0.00, e ambos também apresentam pontuações inferiores na qualidade da educação básica, com Maranhão marcando 0.21 e Alagoas 0.43.

Para competir nacionalmente, é necessário ampliar o acesso a faculdades e universidades de qualidade, principalmente em cursos voltados para áreas criativas e inovadoras.

 

A capital, por sua vez, obteve um desempenho um pouco melhor, com índice de 0,28 no ensino superior. Embora ainda baixo, esse resultado coloca Teresina à frente de outras capitais do Nordeste, como São Luís (MA), com 0.20; Fortaleza (CE), com 0.12; e Maceió (AL), que registrou apenas 0.04.

Em termos de qualidade do ensino básico, Teresina obteve uma pontuação de 0.82, ficando com o terceiro melhor desempenho, atrás apenas de Curitiba (PR), que alcançou 1.00, e Goiânia (GO), com 0.94.

Esse índice sinaliza um maior número de pessoas qualificadas para trabalhar em setores criativos, como moda, audiovisual e tecnologia. 

Conectividade digital e de transporte aéreo são desafios

O estado se encontra em uma posição desfavorável no quesito conectividade, com um índice de conectividade digital em 0.14 e conectividade aérea em apenas 0.02. Esses números indicam a necessidade de ampliar o acesso à internet de alta velocidade e melhorar a infraestrutura de transporte aéreo. Sem essas conexões, o Piauí enfrenta dificuldades para atrair negócios e talentos da economia criativa, além de limitar o desenvolvimento de setores que dependem de conectividade para expandir.

Estado precisa avançar em conectividade aére


A capital também enfrenta desafios na conectividade, mas apresentou avanços em relação ao restante do estado. A conectividade digital de Teresina atingiu 0.26 em 2023, enquanto a conectividade aérea ficou em 0.06. 

Investimento em empreendedorismo criativo precisa expandir 

Em 2023, o Piauí teve índice de 0.26 no orçamento para cultura. Conforme o estudo, o ambiente cultural é a base de atividades que impulsionam a criatividade, mas, sem financiamento adequado, esses setores tendem a estagnar.

O estado possui um índice de empreendedorismo criativo baixo, em apenas 0.03, um dos menores do país. Esse fator é um dos principais obstáculos para que o Piauí desenvolva uma economia mais criativa, pois dificulta a criação de negócios locais em áreas como moda, arte e eventos culturais.


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A capital, por sua vez, tem um ambiente cultural relativamente mais dinâmico. Teresina conta com um índice de empreendedorismo em 0.13, acima de capitais do Norte e Nordeste como Rio Brancon no Acre (0.01), Belém, no Pará (0.05), Natal, no Rio Grande do Norte (0.11) e Salvador, na Bahia (0.08). 

Assim, novos investimentos em empreendedorismo e cultura são necessários para ampliar o impacto de negócios inovadores.

Clique aqui e confira o índice de economia criativa de todos os estados e capitais 

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